quinta-feira, 30 de agosto de 2012

"Faça de conta"

 
Se o dia amanheceu nublado
e acabrunharam os sonhos da noite anterior,
faça de conta que o sol
saiu do céu para habitar o seu peito.
Não olhe para fora, veja-se por dentro.

Se não lhe foi dado o merecido
ou se seu valor não foi por outro reconhecido,
tente outra vez, grite mais alto,
apenas para você,
pois é de pouca importância o aplauso.
O que conta realmente
é a convicção dos seus próprios valores,
é a média ponderada na sua visão das cores,
é o seu conceito do certo ou errado,
do melhor ou pior,
do feio ou bonito,
do que se vai e do que persiste.
Faça de conta que aplauso não existe.

Se, no amor, a sorte não lhe sorriu,
não some, aos velhos, os novos dissabores.
Que lhe dê alegria o fato de ter amado
pois, a corresponder-lhe, ninguém é obrigado.
Não diga ao mundo, em defesa própria,
que ninguém vai amar
mais ou melhor que você.
Os efeitos do seu amor
só tem tamanho no peito amado.
Ali ele pode ter sido desvalorizado.
Aceite e faça de conta que amou errado.

E que esse "faz de conta"
não alongue demais as suas asas
pois fértil é o chão quando é escolhido,
reconhecido e cultivado.
Azedo é o limão
para quem gosta de sorvê-lo
sem ser adoçado.
Quando não tem jeito,
faça de conta...

Cleide Canton
®DireitosAutoraisReservados©

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

"Evidências"


Quem ama sente ciúmes
(muito ou pouco, não importa),
mas sente sim .
Quem deixou de amar já não se importa
e deixa o outro totalmente à vontade,
para que ele próprio possa estar também assim .

Quem ama, vez por outra dá uma

patrulhada no território
e delimita as suas fronteiras.
Quem deixou de amar já não fiscaliza, é frio,
controlado e jamais perde as estribeiras.

Quem ama sempre acha tempo e encontra

um jeito para estar com seu amor.
Quem deixou de amar vai postergando sem pressa,
deixando que o vento sopre a seu favor.

Quem ama faz perguntas pessoais e
usa muito o pronome "nós".
Quem deixou de amar conversa banalidades
e esquece o significado do advérbio "a sós ".

Quem ama quer saber da vida do outro com
detalhes e transparência .
Quem deixou de amar se esquiva e não cobra do
outro mais nada, nem ao menos coerência.

Quem ama é pródigo em e-mails, telefonemas
e com muito carinho dá um jeitinho

de marcar presença.
Quem deixou de amar é pródigo em

desculpas e pretextos
com os quais passa um verniz para

disfarçar a indiferença.

Quem ama é naturalmente fiel
e está sempre voltado às necessidades

do outro ser.
Quem deixou de amar só é fiel a si

próprio e ao seu bem estar
e já não percebe os danos que causa,
querendo ou sem querer.

Quem ama mas não pode corresponder por imperativos
das circunstâncias,
abre o jogo e usa de sinceridade.
Quem deixou de amar não descarta o outro do baralho, para o caso de uma eventualidade.

Será que neste momento você ama

ou deixou de amar?
Será que devo lhe querer ou lhe deixar?
Se ainda ama, eu sei que providências irá tomar .
E se já não ama,
com certeza irá se calar...
ou talvez até dizer :
- Face ao exposto, nada tenho a declarar!

Fátima Irene Pinto

terça-feira, 17 de julho de 2012

"Arco-Íris"



Riscos de cor gravados no céu
Mostrando a harmonia da natureza
Cenário presente em qualquer sonho meu
Derivado da sua enorme beleza.

Como é deslumbrante o seu colorido
Que me transmite uma calma profunda
Faz-me esquecer este mundo sofrido
Que diariamente é massacrado de uma forma absurda.

O céu pincelado de cor
Capaz de proporcionar um sorriso num rosto desolado
Colorindo por momentos um dia de horror,
Vivido por alguém com o coração amargurado.

Perante tal cenário, tudo é possível imaginar
A alegria e a beleza das cores
Fazem os pássaros alegremente à sua volta voar
Bem como fazer despertar a beleza das flores.

Como é belo o céu a sorrir cheio de cor
Mesmo que seja por pouco tempo,
É capaz de fazer esquecer qualquer dor
Mesmo que seja por um breve momento.

Escrito por: João Filipe Ferreira
(Direitos Reservados)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

"Mãe Natureza"



A natureza é mãe de todos
E a todos trata com cuidado
Pois como toda mãe que ama
Não quer seu filho maltratado...

Mas o homem, filho desobediente
E muitas vezes mal educado
Não dá a mãe natureza
O carinho que devia ser dado...

Polui o ar, contamina a água
Leva destruição para todo lado
Corta a árvore, mata a planta
Mata até o bicho, coitado!...

Ei homem, fique esperto
Deixe de ser atolado
Aprenda a preservar e reciclar
E viva bem sossegado!...


 Mena Moreira

sábado, 30 de junho de 2012

"O Orvalho e a Rosa"


Em noites frias, agraciadas pelo luar,
pode-se presenciar a eternidade de um amor.
Num jardim silencioso,
uma rosa aguarda por seu amante.

Amante que vem do céu,
seduzido pelo perfume da rosa,
deixa-se cair, em gotas cristalinas,
sobre seu corpo
e escorrer lentamente por suas pétalas.

A lua, que tudo observa,
intensifica sua luz prateada
na intenção de perpetuar este amor.
No amanhecer, os raios de sol que iniciam o dia,
findam o namoro dos amantes.

A rosa, aguardará por seu amante,
que retornará em outras noites.
Mas um dia, ela, murchará,
perderá seu perfume.
Dela, somente as sementes
e o amor de seu eterno amante restarão.

O amante fiel voltará a procura de sua rosa.
Sem encontrá-la cairá ao chão,
ali padecerá em saudades,
alimentando os filhos do amor.

Neste jardim, filhas deste amor,
outras rosas nascerão.
Assim, em noites frias de luar,
pode-se presenciar a eternidade do amor
do orvalho com a rosa,
como um desejo da lua.

Kirk®

"Visão do Mar"


Ruge imerso no silêncio etéreo,
Imenso, fascinante... iracundo,
- Parte de partes deste mundo -
De incontida beleza e mistérios.

Mágica, visão que a alma apeia,
Arremedo dum lábaro cintilante
A povoar os sonhos dos amantes
De ilusões, que a mente anseia.

Incessante agita-se, cambaleia
Sob ventos vários, sibilantes,
Criando alva espuma ondulante,
Que se desfaz beijando a areia.

Embevecido, olho o imenso manto
Onde o sol faz-se em aconchego,
E eu...castos versos de chamego,
Sentido choro deste meu canto.

Aldovandro Carvalho®